Biblioteca Viriato Corrêa foi inaugurada em julho de 1952 no bairro de Vila Mariana, atuou principalmente com o público infanto-juvenil até novembro de 2008, quando passou a ser também temática de Literatura Fantástica.
A biblioteca iniciou suas atividades em julho de 1952, em um sobrado alugado pela prefeitura, na Rua Domingos de Morais, no bairro de Vila Mariana. Em virtude das condições precárias de funcionamento, por muito tempo se cogitou a construção de um prédio mais adequado às necessidades de uma biblioteca, que finalmente foi entregue à população em 4 de abril de 1965, na Rua Sena Madureira, onde permanece até hoje. A construção, de concepção arquitetônica moderna, ampla e iluminada, foi projetada para as atividades de leitura e programação cultural da biblioteca.
Em maio de 1969 a Biblioteca de Vila Mariana recebeu a denominação de Biblioteca Infantil Viriato Corrêa, em homenagem à significação histórica deste ilustre escritor, falecido em 1967.
A instalação da Gibiteca Henfil em 1991 foi um sucesso reconhecido amplamente pela opinião pública e pela mídia, demonstrando sua aceitação imediata. Para a acomodação da gibiteca, o espaço foi praticamente dividido ao meio, perdendo áreas onde eram realizadas atividades tradicionais da biblioteca. A sala de leitura e a sala de artes deram espaço ao acervo de gibis e álbuns de quadrinhos. A biblioteca conseguiu atrair maior público para o uso de seu acervo, e o fluxo de usuários de ensino médio e universitário também contribuiu para a mudança nesse perfil.
Essas transformações foram positivas durante um tempo, porém, a partir de 1996 o funcionamento da biblioteca e da gibiteca no mesmo espaço tornou-se problemático. Com o crescimento do acervo da gibiteca e os encontros de RPG, os espaços tornaram-se insuficientes e se fazia necessária a mudança da gibiteca para um prédio próprio, mesmo porque sua importância merecia esta distinção. Assim, em 1999 a Gibiteca Henfil foi transferida para o Centro Cultural São Paulo. Com o espaço resgatado, a biblioteca pôde administrar melhor a distribuição de seu acervo e de suas atividades.
Em novembro de 2008 a biblioteca passou a se também Temática de Literatura Fantástica. A ambientação temática foi criada pelo escritório Rossi Barbosa Arquitetos Associados. Tem como base referências ao universo da literatura fantástica e busca gerar “estranhamento” – uma característica fundamental deste gênero literário – e tornar o espaço descontraído. É composto por reproduções de gravuras e desenhos ligados ao universo da literatura fantástica em paredes, teto e janelas. O mobiliário, de peças antigas reformadas, é composto por estantes tortas e mesas redondas. Foram criadas falsas pilastras, iguais às de sustentação do prédio, porém levemente inclinadas. Há uma foto do diretor de cinema Luiz Sergio Person e de cena de São Paulo S.A na entrada do auditório (Sala Luiz Sergio Person), equipado com sistema de projeção de vídeo em alta resolução.
Legislação referente à biblioteca
Criação: Lei n.º 3.853 de 18 de março de 1950
Inauguração: 25 de julho de 1952
Denominação: Decreto n.º 8.160 de 8 de maio de 1969
Transferência para subprefeitura: Decreto nº 42.772 de 3 de janeiro de 2003
Criação de SMB: Decreto nº 46.434 de 6 de outubro de 2005
Transferência para SMC: Decreto nº 48.166 de 2 de março de 2007
Acervo Literatura Fantástica
Em um sentido amplo, a noção de literatura fantástica remete a todas aquelas obras literárias que, pelo tema, a atmosfera, a situação, as personagens ou a linguagem, introduzem o leitor em um mundo diferente ao da percepção habitual. Noutras palavras, esta modalidade narrativa questiona o empírico e o conhecido com o propósito de desestabilizar os modos convencionais de pensar o mundo. Nesse sentido, o leque de temas mais explorado por esta forma literária remete ao mundo tenebroso e inferior, à vida dos mortos, ao sujeito dividido e alienado pela loucura ou as drogas, às relações ambíguas do espírito e a matéria, aos excessos do desejo amoroso, à experiência do nada como possibilidade de captar vazios na realidade, aos deslocamentos temporais e espaciais que alteram os critérios cronológicos e topográficos estabelecidos.
A definição de um conceito dinâmico e não homogêneo de literatura fantástica visou configurar um acervo bibliográfico amplo que permitirá atingir um público diversificado, segundo interesses variados e diferentes faixas etárias.
Critérios utilizados para a aquisição do acervo
São aproximadamente 3.000 livros, incluindo juvenil, infantil e quadrinhos (álbuns), e mais de 2.200 gibis. Este total inclui obras pré-existentes no acervo da biblioteca, juntamente com a lista definida pela curadora Ana Cecília Olmos, com títulos representativos da literatura fantástica em diversas línguas que foram traduzidos ao português. Para tanto, foram considerados os seguintes critérios:
Textos literários representativos do fantástico num sentido restrito nas literaturas européias, norte-americana e latino-americana (brasileira e em língua espanhola) do século XIX .
Textos literários representativos do fantástico num sentido ampliado nas literaturas européias, norte-americana e latino-americana (brasileira e em língua espanhola) do século XX ao presente.
Textos literários que expandem a noção do fantástico: a gothic novel, a ficção científica e o realismo mágico.
Textos teóricos em torno ao gênero fantástico dos séculos XIX e XX.
Acervo Geral
A Biblioteca Viriato Corrêa, inaugurada em 1952, conta com um acervo de aproximadamente 45mil exemplares que é constituído por livros de literatura e informação, revistas, atlas, multimídia, etc.
Todo o acervo de livros já pode ser encontrado no catálogo online do Sistema Municipal de Bibliotecas.
Informe-se sobre outros títulos existentes, pessoalmente ou por telefone.
A maior parte das obras pode ser emprestada ao usuário matriculado na biblioteca; veja aqui como se inscrever.
Atenção: A biblioteca também possui scanners acessíveis, doados pela Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que reproduzem em áudio o texto escrito, tornam acessível quase todo o acervo das bibliotecas. Por meio de um computador, um scanner e um fone de ouvidos, a pessoa cega ou com baixa visão pode, de maneira autônoma e independente, digitalizar e ouvir o livro, por meio de voz sintetizada. Pode também gravar o resultado da leitura e levar para casa. Desta forma, a pessoa com deficiência visual pode consultar não apenas os livros em Braille, mas também livros e revistas impressos e demais itens disponíveis. A implantação de scanners acessíveis é uma das ações previstas no Plano Municipal São Paulo Mais Inclusiva, voltado para promover a equiparação de oportunidades no acesso à informação, à mobilidade e à participação de todas as pessoas na vida da cidade.
PATRONO VIRIATO CORRÊA

Viriato Corrêa
Atuou na política como deputado; foi preso durante a Revolução de 1930 e quando liberto se dedicou integralmente à literatura e ao teatro. Obteve grande notoriedade no campo da narrativa histórica e escreveu o romance Cazuza, livro que abriu as portas da literatura infantil aos fatos da vida real, utilizando uma linguagem ágil e adequada à compreensão infantil. Cazuza relata as suas experiências escolares e os costumes da época; é considerado um dos maiores clássicos da literatura infantil.
Viriato Corrêa foi membro da Academia Brasileira de Letras de 1938 a 1967, ano em que faleceu a 10 de abril, no Rio de Janeiro.
Algumas obras: Novelas doidas (1921); Os meus bichinhos (1931); Gaveta de sapateiro (1932); O gato comeu (1943); A bandeira das esmeraldas (1945); O grande amor de Gonçalves Dias (1959).